“Mas que droga!” Ele pensou, já que nem seu celular agora estava livre, mas uma coisa agora pelo menos era certa: a pessoa que mandou os e-mails o conhecia e era próxima, para ter o seu número de celular. Mas então ele começou a ficar preocupado com o fato de alguém poder querer fazer algum mal a ele, já que estava sendo perseguido e simplesmente não sabia quem poderia ser, e porque estava fazendo tudo aquilo. Ele não falaria a sua mãe porque sabe de todo o auê que ela faria, então preferiu guardar isso em segredo por enquanto, então ele olhou no relógio e viu que era hora de ir para a faculdade.
Depois de muito andar naquele corredor estreito e frio, Maurício se sentia zonzo e desconfortável e perguntava:
- Para onde você está me levando?
- Você verá quando estiver lá – respondeu a estranha mulher.
- Como você conhece tanto sobre a minha família? – ele perguntou.
- Jovem, quando se está em uma guerra, uma das melhores estratégias é conhecer seu inimigo antes de qualquer coisa, e conhecer muito bem. – ela respondeu.
Então continuaram andando pelo corredor que parecia infinito, até chegarem a uma porta de metal, com um único buraco que possibilitava a visão do que havia lá dentro, que estava escuro. A mulher disse:
- É aqui, chegamos.
- O que tem aí dentro? – perguntou Maurício.
- Olhe e veja com seus próprios olhos – disse ela.
Maurício olhou, mas estava escuro demais para ver qualquer coisa pelo estreito buraco, tudo o que viu foi uma mão, aparentemente pálida, em um corpo de alguém, que ainda estava respirando, então perguntou:
- Quem é ele?
- Ele também foi aprisionado aqui como você, mas eles o medicaram de forma tão pesada que ele ainda está em coma, nem acesso à chave dessa porta eu tenho, ele foi muito mais atado que você, que ainda pode se dizer sortudo – respondeu ela.
- Tudo bem, mas eu não tenho nada a ver com os outros, eu só quero que me tirem daqui! – respondeu Maurício.
A mulher por um instante abaixou a cabeça fazendo um gesto de desaprovação, mas logo a ergueu novamente e disse:
- Você tem muito mais a ver com ele do que pode imaginar.
Nesse momento, um vento forte e frio bateu, era possível sentir a tenebrosidade que entranhava na carne por esse ar, a mulher olhou pra trás, depois olhou para frente novamente com um olhar de desespero e disse:
- Meu tempo acabou! Mas acho que já lhe dei uma luz sobre o que estava acontecendo, espero que nos encontremos novamente, o mais cedo possível.
Nesse momento, como se o corredor ficasse pequeno eles foram tragados para frente da porta do quarto do de Maurício, então a mulher disse:
- Rápido! Deite em sua cama!
- Não vou voltar lá pra dentro, me leve com você, já que você vai fugir! – respondeu Maurício.
A mulher empurrou Maurício para dentro do quarto e fechou a porta em sua cara, e a trancou, então disse:
- Não posso te levar, desculpe-me.
- Eu sabia! Você é só mais uma como eles – respondeu ele.
- Logo logo você verá a besteira que está falando – respondeu ela enquanto saia de frente da janela da porta de metal.
Maurício começou a sentir uma tontura forte, vontade de cair, então ele cambaleando foi até sua cama e se deitou lá, até que a vontade foi mais forte e ele desmaiou de sono. Como se tivesse somente passado 3 segundos, ele acorda novamente, mas em sua cama do quarto branco novamente, pegou seu celular e viu que já era noite, e também percebeu que haviam lhe aplicado medicamentos recentemente, acreditara que aquilo havia sido um surto de delírio.
Algum tempo depois, um dos médicos chegou dizendo que ele poderia dar uma volta por fora do quarto agora, já que ele deve estar mais controlado. Conversando com o médico, descobriu que estava em um hospital psiquiátrico na Inglaterra, que sua família havia providenciado tudo e que estavam muito preocupados com ele, que deixar tudo acontecer naturalmente com o sistema brasileiro seria um escândalo para a família. Ele estava ficando menos preocupado agora com os fatos acontecidos, mas ainda havia algo lhe intrigando, pois havia realmente sentido verdade nas palavras daquela estranha mulher...